Tipos de cirurgia bariátrica

O número de tipos de cirurgias para tratamento da obesidade é muito superior ao que a maior parte das pessoas conhece.
cirurgia bariátrica

O número de tipos de cirurgias para tratamento da obesidade é muito superior ao que a maior parte das pessoas conhece. As primeiras cirurgias para tratamento desta doença foram inicialmente realizadas nos anos 50 do século passado, portanto há quase 70 anos. Nas últimas décadas vários procedimentos surgiram, foram avaliados e resultaram na base das cirurgias atualmente utilizadas. Algumas técnicas foram abandonadas devido à frequência de problemas pós-operatórios ou por estarem associadas à perda ou ao reganho de peso fora de padrões aceitáveis. As pessoas muitas vezes usam o termo “grampear o estômago” referindo se a uma cirurgia para a obesidade. Porém, sempre é importante lembrar que grampeadores cirúrgicos são equipamentos utilizados em quase todas as cirurgias bariátricas e também em outras cirurgias abdominais, então este termo não traz uma informação correta.

Até pouco tempo as cirurgias eram divididas entre procedimentos restritivos, disabsortivos e mistos, mas à luz de recentes estudos estes conceitos foram revistos e não são mais utilizados.

Atualmente as técnicas autorizadas por resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM) são o bypass gástrico, gastrectomia vertical (conhecida como Sleeve) e duodenal switch. Estas cirurgias apresentam graus variáveis de sucesso e complicações, e a indicação de sua utilização será determinada pelos aspectos clínicos de cada indivíduo.

O bypass gástrico em Y de Roux, é a cirurgia mais realizada no Brasil. Esta técnica é a evolução de técnicas inicialmente criadas nos anos 60, portanto o conceito aplicado nesta cirurgia vem sendo desenvolvido por cerca de 50 anos.  Nesta cirurgia o estomago é divido em 2 partes, criando uma pequena bolsa de cerca de 20 ml na sua porção inicial. A seguir, esta bolsa é ligada à parte inicial do intestino delgado. O desvio intestinal evita que o alimento passe pelo duodeno, o que causa alterações hormonais que alteram a sensação de fome e saciedade. O tamanho menor do estomago leva à menor ingestão alimentar e à alteração da fome e saciedade, propiciando o emagrecimento. Com este procedimento se espera que haja uma redução de peso entre 30 e 40%.

Outra cirurgia que nas últimas décadas também tem sido feita com bastante frequência em nosso país é a gastrectomia vertical, conhecida popularmente como “Sleeve”. Esta denominação vem do nome em inglês “sleeve gastrectomy” (gastrectomia em manga). Isto se deve porque no procedimento é cortada uma porção no sentido vertical deixando o estomago parecendo a manga de uma camisa. O volume do estomago após a cirurgia fica entre 80 a 100 ml. Não há desvio intestinal, logo o impacto nas mudanças hormonais é menor. A perda de peso esperada fica ao redor de 25 a 35% . Esta cirurgia é a mais realizada em vários países, principalmente os Estados Unidos.

O duodenal switch é outra cirurgia que pode ser realizada. Ela é uma associação da gastrectomia vertical e um desvio intestinal, porém o volume do estomago fica um pouco maior e o desvio intestinal é feito nas porções finais do intestino delgado, a região chamada de íleo. É um procedimento que apresenta uma perda de peso maior que as outras cirurgias, ao redor de 35 a 45%, e uma ação metabólica mais intensa. No entanto, ela vem sendo indicada em poucos casos pois existe uma necessidade de um acompanhamento pós-operatório rigoroso, visto que deficiências nutricionais ocorrem com maior frequência.

Estas técnicas também podem ser empregadas quando a indicação da cirurgia é considerada metabólica, ou seja, indicada primariamente em pacientes diabéticos com IMC entre 30 e 35.

Um termo utilizado em cirurgia bariátrica é cirurgia revisional. Esta denominação é utilizada para as cirurgias que são realizadas após uma cirurgia bariátrica inicial. A indicação pode ser por complicações da cirurgia ou falhas no resultado como perda de peso insuficiente ou reganho de peso. A indicação de cirurgia revisional é muito restrita e deve ser avaliada por critérios rígidos

Todas as cirurgias relatadas podem ser feitas por videolaparoscopia – isto é, realizar cirurgias através de pequenos orifícios através dos quais são passadas as pinças e uma câmera para obtenção das imagens – em vez da cirurgia convencional que utiliza incisões com cerca de 15 cm. O emprego desta técnica trouxe melhora nos resultados e redução significativa das complicações, ficando como tratamento padrão para o paciente bariátrico.

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